Artigos

Artugo originalmente publicado em https://totalfootballanalysis.com/

No início de 2020, o FC Barcelona foi coroado como o “Rei das Receitas” pela Deloitte Football Money League com um recorde de 840,8 milhões de Euros alcançados na época de 2018/2019. Embora o seu plano estratégico tenha sido publicado apenas no final de 2015 com o objectivo de torná-lo a instituição desportiva mais admirada, adorada e global, o começo da evolução financeira do clube blaugrana remonta a 2003 com a entrada de Joan Laporta e de jovens empreendedores para a presidência nas eleições com mais participações até essa data. Após vencer o campeonato em 1998/1999, seguiram-se algumas épocas desastrosas culminando com um sexto lugar na La Liga em 2002/2003 (pior classificação desde 1987/1988). A situação financeira não era a melhor e os 123,4 milhões gerados em 2002/2003, representavam metade do valor acumulado por clubes como o Manchester United FC e quase representava o custo com salários (88%). A dívida tinha-se acumulado até níveis probitivos. Era urgente fazer algo dentro do clube.

A direção eleita tinha como premissas o futebol espectáculo e o compromisso social tendo optado por, ao invés de reduzir custos, seguir uma abordagem mais agressiva de modo a obter mais rapidamente resultados dentro e fora do campo.

A partir da época 2003/2004, o clube espanhol iniciou um processo de diversificação e internacionalização das suas receitas aliadas à sua sustentabilidade, capacidade de gestão e inovação. Apesar de os resultados financeiros terem sido sustentados em épocas de enorme sucesso desportivo, como as de 2008/2009 e 2014/2015, o clube tem trabalhado no sentido de cada vez mais ter as suas receitas o mais autónomas possível da performance dentro do campo, já com resultados à vista. No gráfico em baixo, verifica-se que, com excepção das épocas 2012/2013 e 2013/2014 em que o crescimento foi quase nulo, o FC Barcelona tem crescido a sua receita exponencialmente com uma taxa média anual de crescimento de 13%.

Os primeiros resultados mais visíveis surgiram na época 2005/2006 com a conquista da UEFA Champions League e da La Liga. Entre 2002/2003 e 2005/2006, as receitas de matchday cresceram 35 milhões de Euros (83%), as receitas televisivas 51,5 milhões (121%) e as comerciais 49,4 milhões (126%).

Linha do Tempo

Ao longo destas épocas, foram vários os acontecimentos-chave, com 3 presidentes, 10 títulos internacionais e 24 títulos nacionais. Em 15 épocas (2004/2005-2018/2019) alcançou o mesmo número de títulos internacionais (10) que nos 105 anos anteriores (1899-2004) enquanto que no plano nacional, alcançou quase um terço dos seus títulos (32%).

Importa ressalvar os principais acontecimentos ao longo dos últimos anos para, posteriormente, analisarmos as rubricas de receita e a estratégia do clube.

2003/2004

  • Entrada do presidente Joan Laporta.
  • Podendo negociar os seus direitos televisivos individualmente, beneficiou do primeiro ano de um contrato de 5 épocas de 54 milhões no total com a cadeia Televisio de Catalunya.
  • Aumento dos preços dos lugares anuais dando origem a maiores receitas de matchday.
  • O clube continuou a resistir negociar com um patrocinador para a parte da frente das camisolas principais.

2004/2005

  • A campanha de angariação de sócios “The Big Challenge” resultou num aumento de 20% no número de associados atingindo os 130.000.
  • Com melhores resultados e envolvência com a comunidade, as assistências aumentaram.

2005/2006

  • Aumento elevado das receitas televisivas devido ao contrato local em vigor e à campanha na UCL.
  • Anúncio da extensão do contrato com a Nike até 2013 (terminava em 2008) no valor de 30 milhões de Euros por ano.
  • Acordo com a Unicef para que a sua imagem surja na parte da frente das camisolas sem qualquer receita comercial associada.
  • Alcance da marca dos 150.000 sócios, mais 40.000 do que em 2003.

2006/2007

  • Primeiro ano de um contrato televisivo com a Mediapro com uma receita de 105 milhões e valores superiores a partir de 2008/2009.
  • Anúncio de planos para a remodelação do Camp Nou de modo a aumentar a capacidade do estádio.

2007/2008

  • Ultrapassou pela primeira vez os 100 milhões de Euros em receitas comerciais fruto, fundamentalmente, do novo acordo com a Nike.

2008/2009

  • Época de maior sucesso desportivo devido ao número de títulos conquistados (La Liga, Copa del Rey e UCL, tendo ganho a Supercopa de España, a Supertaça Europeia e o Campeonato do Mundo de Clubes no início de 2009/2010).
  • Aumento do valor anual do contrato com a Medipro para 150 milhões de Euros.
  • Adiamento dos planos para alargamento da capacidade do estádio e melhoria das zonas Corporate.

2009/2010

  • Tomada de posse do novo presidente Sandro Rosell em Junho de 2010.
  • Novo acordo assinado com a Mediapro válido até 2014 com receitas mais significativas.
  • Com a chegada do novo presidente, foi assinado, pela primeira vez na história do clube, um acordo comercial de patrocínio com a Qatar Sports Investments para a frente das suas camisolas a vigorar entre 2011 e o final da época 2015/2016 num valor mínimo de 165 milhões de Euros. Na frente da camisola surgirá o logo da Qatar Foundation.

2010/2011

  • As receitas de matchday ultrapassaram os 100 milhões pela primeira vez.
  • Prolongamento do contrato com a Mediapro até ao final da época 2014/2015.

2011/2012

  • Primeiro ano com recebimento total do novo acordo de patrocínio com a Qatar Sports Investments (30 milhões).
  • Aumento do valor do contrato com a Mediapro.

2012/2013

  • Anúncio de que na época seguinte a Qatar Airways será a primeira entidade comercial a surgir na frente das camisolas.

2013/2014

  • Primeira época desde 2007/2008 sem conquistar competições principais.
  • Início do acordo com a Intel no valor de 19 milhões de Euros válido até 2018.
  • Em Janeiro de 2014, Josep Maria Bartomeu inicia funções, primeiro como interino e, em 2015, definitivamente.

2014/2015

  • Torna-se o primeiro clube europeu a completar duas vezes o triplete (La Liga, Copa del Rey e UEFA Champions League).
  • Melhorias em acordos comerciais existentes (Audi) e novos acordos (Beko, Telefonica).
  • Aprovado o plano para expansão do Camp Nou (Espai Barça) com o objectivo de atingir 105.000 lugares com conclusão em 2021.

2015/2016

  • Primeira época em que os direitos televisivos passam a ser geridos centralizadamente pela La Liga.
  • Publicação do plano estratégico 2015-2021 com o objetivo de atingir 1 bilião de Euros em receitas.
  • Utilização do estádio para geração de novas receitas (concerto e competição de rugby).

2016/2017

  • Permanência nesta época da Qatar Airways como patrocinadora principal das camisolas e anúncio de um acordo com a Rakuten para patrocínio a partir da época seguinte com um valor entre 50 e 60 milhões de Euros por época.

2017/2018

  • Aumento signficativo das receitas comerciais devido ao patrocínio da Rakuten e melhor aproveitamento de outros acordos, nomeadamente, dos jogos de pré-época realizados nos EUA.
  • Optimização da venda de lugares através do programa Seient Lliure.

2018/2019

  • Novo acordo com a Nike e Beko.
  • Controlo por parte do clube do seu merchandising e operações de licenciamento deixando de delegar em terceiros tendo imediato impacto nas receitas.

 

Receitas de Matchday

As receitas de matchday incluem as vendas de bilhetes e hospitalidade corporate e vivem sobretudo do grau de envolvência entre o clube e a comunidade. Como referido em cima, após um período negativo, a simbiose entre clube e adeptos voltou a cimentar-se a partir de 2003/2004 com o consequente aumento das assistências no estádio e do número de sócios.

Ao longo das épocas, o FC Barcelona tem inovado na diversificação de produtos de modo a potenciar receitas criando, por exemplo, o programa Seient Lliure que permite aos seus sócios revender o seu lugar no estádio num jogo ao qual não possam comparecer recebendo parte da venda e maximizar as receitas para o clube. Outro exemplo, a nível de hospitalidade, passa pelos produtos VIP que vende com experiências diferenciadoras. Tem procurado também ter uma enorme rede de vendedores em posições-chave abrangendo todos os tipos de clientes e segmentos e introduziu recentemente a metodologia de preços dinâmicos que, segundo o próprio clube, foi o grande responsável pelo aumento significativo de receitas de matchday registado em 2018/2019.

Assim, esta estratégia tem permitido aos blaugrana rentabilizar cada vez mais os lugares do Camp Nou conforme se pode observar no gráfico em baixo com a evolução da receita por lugar. Espera-se que com a expansão do estádio e a melhoria dos espaços corporate, estes valores aumentem cada vez mais.

Receitas Televisivas

Até 2014/2015, o FC Barcelona controlava e negociava os seus próprios direitos televisivos. Assim, potenciou junto dos operadores, tal como outros clubes, a sua marca e as suas maiores audiências como aconteceu com a Televisio de Catalunya e a Mediapro. A partir da época 2015/2016, os direitos passaram a ser geridos centralizadamente pela La Liga. Embora a nível nacional seja mais fácil controlar, estas receitas estão associadas ao desempenho desportivo uma vez que atingem valores superiores quando as campanhas na UEFA Champions League assumem um maior sucesso. Deste modo, embora tenham crescido anualmente, verificaram-se aumentos mais significativos nos anos de conquista da UCL e também fruto das melhorias dos ciclos comerciais celebrados entre a UEFA e os seus patrocinadores.

 Receitas Comerciais

As receitas comerciais incluem fluxos como patrocínios, merchandising e visitas ao estádio. A estratégia do FC Barcelona está amplamente relacionada com esta rúbrica de receitas. O clube percebeu que a componente comercial depende menos do sucesso desportivo e pode ser potenciada pela força da sua marca. Assim, ao longo do período em análise, foi capaz de melhorar os acordos existentes (e.g. Nike), celebrar novos (e.g. Intel) e tomar duas decisões históricas e de enorme impacto financeiro: 1-celebrar um acordo de patrocínio com uma entidade comercial para a frente das suas camisolas; 2-assumir o controlo do merchandising e operações de licenciamento.

O FC Barcelona assume-se como uma das marcas desportivas mais apetecíveis tendo como objetivo no seu plano estratégico 2015-2021 tornar-se a mais admirada, adorada e global. Mantendo os acordos comerciais existentes, melhorando-os e juntado-lhes novos e explorando novas receitas comerciais como, por exemplo, os torneios de pré-época internacionais, escolas de futebol e o Barça Innovation Hub, terá certamente todas as possibilidades de atingir este objectivo.

Estratégia de aumento da independência das receitas face aos resultados desportivos

A partir de 2003, com um enfoque ainda mais forte a partir de 2015, o FC Barcelona percebeu que teria de diversificar e internacionalizar as suas receitas para estar um passo à frente dos seus competidores adaptando-se às condições do mercado, diminuindo a sua dependência em relação às receitas televisivas e olhando sobretudo para as que estão sob o seu controlo.

O plano estratégico destinado ao período 2015-2021, assenta em 5 pilares: excelência desportiva, participação social, expansão/melhoria do património, posicionamento global e da marca, gestão financeira e sustentabilidade. Tem como objectivo atingir 1 bilião de Euros em receitas na época 2020/2021, o que se vislumbra inteiramente possível caso o clube consiga manter a taxa média de crescimento de 13% evidenciada nos últimos anos.

Assim, a estratégia passa por continuar a crescer as suas receitas independentemente de os resultados desportivos serem melhores ou piores. No gráfico em baixo, verificamos que a dependência é cada vez menor. De facto, embora a percentagem de vitórias tenha diminuído nas últimas épocas, as receitas têm continuado a aumentar significativamente.

Por último, quando comparamos o FC Barcelona com os restantes 9 clubes que fizeram parte da Deloitte Football Money League entre 2003/2004 e 2018/2019, verificamos que a dependência do clube espanhol em relação a rúbricas não controláveis no total das suas receitas, nomeadamente as de direitos televisivos, face à média dos restantes é manfiestamente menor. No gráfico em baixo verifica-se que enquanto que os blaugrana passaram a ter as receitas comerciais como a sua principal fonte (subida de 15%), os outros clubes continuam bastante dependentes dos acordos televisivos tendo inclusive subido o peso das mesmas nas suas receitas globais (3%).

De acordo com o estudo publicado pela TV Sports Markets, as receitas de direitos televisivos nacionais e internacionais das 5 principais ligas europeias (Barclays Premier League, Bundesliga, Liga BBVA, Ligue 1 e Serie A) cresceram mais de 25% face aos contratos estabelecidos anteriormente.
As referidas ligas agregam, em conjunto, 5 mil milhões de Euros por época (geravam 4 mil milhões de Euros por época no ciclo contratual anterior) sendo a Barclays Premier League a que apresenta o maior valor (2,2 mil milhões). O montante agregado pelos clubes da Barclays Premier League corresponde a mais do dobro das receitas apresentadas pela liga com o segundo valor mais alto (Serie A, 975 milhões por época). Após as ligas inglesa e italiana, surgem a espanhola (710 milhões), a francesa (640 milhões) e a alemã (541 milhões). Apesar de a Liga BBVA apresentar um valor substancialmente inferior ao das ligas inglesa e italiana, inclui os dois clubes que geraram as maiores receitas televisivas em 2012/2013 provenientes da liga local e das competições da UEFA, nomeadamente, o Real Madrid (178 milhões) e o Barcelona (176 milhões).
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

A Premier League revelou esta semana a distribuição das receitas de direitos televisivos pelos clubes que participaram na última edição da Barclays Premier League.
Em 2012/2013, o Manchester United tornou-se o campeão a receber o montante mais elevado de sempre (cerca de 71 milhões de Euros).
O rácio entre os montantes recebidos pelo Manchester United e o Queens Park Rangers, último classificado, foi de apenas 1,46. Relativamente à percentagem do valor total recebida por cada clube, esta variou entre os 4,1% e os 6,3% demonstrando uma grande equidade na repartição das receitas.
O modelo de distribuição adotado em Inglaterra assenta no seguinte: 50% das receitas geradas no Reino Unido são divididas em partes iguais por todos os clubes (16,1 milhões de Euros por clube), 25% com base no desempenho das equipas (o primeiro classificado recebe 20 vezes o valor do último), e 25% são distribuídas consoante as audiências televisivas e o número de jogos transmitidos na TV no Reino Unido (existe um limite mínimo de dez jogos). As receitas internacionais são repartidas equitativamente por todos os clubes (22,1 milhões de Euros por clube).
Apesar da sua pior classificação, o Arsenal e o Tottenham receberam montantes superiores ao Chelsea uma vez que os seus jogos foram mais vezes transmitidos em directo no Reino Unido.
A partir da próxima época estes valores irão aumentar significativamente uma vez que se espera que as receitas da Premier League, no conjunto das próximas três épocas, ascendam a cerca de 6,4 mil milhões de Euros (superior ao contrato anterior em cerca de 2,3 mil milhões). Neste sentido, prevê-se que o campeão possa receber sensivelmente 117 milhões de Euros e o último classificado cerca de 74 milhões de Euros.
(Valores em Euros)
[table id=225 /]
Nota: Taxa de câmbio 22 Maio de 2013: 1 GBP = 1,16684 EUR
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

Atualmente, os clubes atraem receitas através das suas camisolas de duas formas:
1. Marca que produz o equipamento (Adidas, Nike, etc.);
2. Patrocinador que apresenta o seu logotipo no centro da camisola.
O ranking que apresentamos foca-se no segundo ponto. No entanto, relativamente ao primeiro, neste momento, o Real Madrid apresenta o contrato mais valioso recebendo, em média, 31,5 milhões de Euros por ano da Adidas.
Em Julho de 2012, o Manchester United selou um acordo de 7 anos com a Chevrolet no valor de 430 milhões de Euros estabelecendo um novo recorde. O clube inglês tem sido aquele que melhor tem explorado este fluxo de receita encontrando-se atualmente em negociações com a Nike para melhorar o seu contrato, esperando-se que este se torne o mais elevado do género.
De acordo com a Forbes, apesar de o Real Madrid ser o clube mais valioso na atualidade, apenas apresenta o quinto patrocínio nas camisolas mais elevado. No entanto, aguarda-se um acordo entre o clube e a Emirates que elevará certamente o montante atual.
[table id=169 /]
Notas: (1) Não foram incluídos o contrato de 10 anos do Manchester City com a Etihad no valor de 491,2 milhões de Euros e o contrato de 5 anos do Arsenal com a Emirates no valor de 184,2 milhões de Euros uma vez que estes incluem também os naming rights do estádio e a sua separação não é pública; (2) Taxa de câmbio 26 Abril 2013: 1 USD = 0,767430 EUR; (3) Valores arredondados às centenas de milhar.
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

Entre 2003/2004 e 2011/2012 o Barcelona aumentou as suas receitas de bilheteira, direitos televisivos e comerciais de 169 milhões para 483 milhões de Euros correspondendo a um crescimento de 185%, superior ao do seu rival Real Madrid no mesmo período. Depois de em 2005 e 2006 ter ocupado o sétimo e sexto lugares, respectivamente, da Deloitte Football Money League, o Barcelona oscilou entre a segunda e terceira posição tendo estabilizado no segundo posto desde 2008/2009, época em que venceu a UEFA Champions League pela terceira vez. O Barcelona aumentou o seu peso no total das receitas dos clubes que integram o referido ranking de 6% em 2005 para 10% em 2013.
Não tendo sido a única razão, verifica-se que nos anos em que se observaram as maiores taxas de crescimento das receitas, o Barcelona venceu a UEFA Champions League (2005/2006, 2008/2009 e 2010/2011) tendo sido por isso um aspecto importantíssimo para exponenciar o potencial do clube. O crescimento médio apresentado entre 2003/2004 e 2011/2012 foi de 14%.
No período em análise, o peso das suas receitas de bilheteira situou-se entre os 24% e os 34% (tendência decrescente), as receitas de direitos televisivos entre os 36% e os 44% (tendência decrescente), e as comerciais entre 27% e 39% (tendência crescente). Entre 2003/2004 e 2011/2012 o clube aumentou as suas receitas de bilheteira em 101% (58 para 116 milhões), as de direitos televisivos em 126% (66 para 180 milhões de Euros) e as comerciais em 313% (45 para 187 milhões de Euros) tendo esta última rúbrica apresentado o maior aumento nos últimos anos. Actualmente, o Barcelona é o quarto clube que mais gera receitas de bilheteira, o segundo que mais ganha com direitos televisivos e o terceiro no que concerne a receitas comerciais.
 
Factos mais importantes:
2011/12 (2º): Contrato de patrocínio com a Qatar Sports Investments. Aumento das receitas provenientes do contrato de exploração de direitos televisivos com a Mediapro.
2010/11 (2º): Primeira vez em que as receitas de bilheteira ultrapassaram os 100 milhões de Euros. Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos associado à conquista da UEFA Champions League. Prolongamento do contrato com a Mediapro até 2014/15. Patrocínio da Qatar Foundation.
2009/10 (2º): Aumento das receitas de market pool atribuídas pela UEFA aos clubes espanhóis. Assinatura de um novo contrato de exploração de direitos televisivos com a Mediapro até 2013/14. Decisão de estabelecer um acordo lucrativo de patrocínio para a frente das suas camisolas pela primeira vez na história do clube.
2008/09 (2º): Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos associado à conquista da UEFA Champions League e à melhoria do contrato de exploração de direitos televisivos com a Mediapro. Melhoria do contrato com a Nike. Acordos com a Betfair e a Etisalat.
2007/08 (3º): Aumento das receitas de direitos televisivos devido à boa prestação na UEFA Champions League. Primeira vez em que as receitas comerciais ultrapassaram os 100 milhões de Euros. Melhoria do contrato com a Nike.  
2006/07 (3º): Primeira vez em que as receitas de direitos televisivos ultrapassaram os 100 milhões de Euros devido ao novo acordo com a Mediapro. Prolongamento do contrato com a Nike até Junho de 2013. Acordo não lucrativo com a Unicef.
2005/06 (2º): Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos associado à conquista da UEFA Champions League. Anúncio de um contrato com a Mediapro a ter início na época seguinte.
2004/05 (6º): Aumento das receitas de direitos televisivos devido à melhor prestação na UEFA Champions League. Melhoria das receitas de bilheteira e quotizações devido à conquista do campeonato nacional e à campanha de angariação de sócios”El Gran Repte” (O Grande Desafio).
2003/04 (7º): Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos no âmbito do primeiro ano do novo contrato com a Televisió de Catalunya e das receitas de bilheteira devido ao aumento dos preços dos lugares cativos.
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

 
Entre as épocas 2003/2004 e 2011/2012, inclusive, o Real Madrid aumentou as suas receitas de bilheteira, direitos televisivos e comerciais de cerca de 236 milhões para 513 milhões de Euros correspondendo a um crescimento superior a 117%. Ao longo deste período, apenas em 2005 não ocupou a liderança do Deloitte Football Money League tendo sido segundo no ranking desse ano. Simultaneamente, o Real Madrid aumentou o seu peso no total das receitas dos clubes que integram o referido ranking de 8% em 2005 para 11% em 2013.
Apesar de o Real Madrid sempre ter conseguido aumentar as suas receitas independentemente de atingir um maior ou menor sucesso desportivo, o facto de ter alcançado as meias-finais das Champions League nas duas últimas épocas e ter vencido o campeonato em 2011/2012, contribuiu substancialmente para que este crescimento se verificasse.
No período em análise, o peso das suas receitas de bilheteira situou-se entre os 20% e os 30% e as receitas de direitos televisivos e comerciais entre 30% e 40%. Entre 2005 e 2013 o Real Madrid aumentou as suas receitas de bilheteira em 103,5% (62 para 126 milhões), as comerciais em 117,9% (86 para 187 milhões de Euros) e as de direitos televisivos em 126,1% (88 para 199 milhões de Euros) tendo sido a principal fonte de receita dado o modelo de negociação individual existente em Espanha.
 
Seguidamente apresentamos uma tabela com os factos mais relevantes e que justificam a evolução das receitas do Real Madrid:
[table id=25 /]
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

PARTE 3 – ANÁLISE POR PAÍS
Ao longo das edições publicadas entre 2005 e 2013, fizeram parte do Top 20 da Deloitte Football Money League 6 equipas alemãs, 2 escocesas, 4 espanholas, 2 francesas, 10 inglesas, 6 italianas, 1 portuguesa e 1 turca perfazendo um total de 32 clubes. Em termos médios, o Top 20 tem sido constituído por 4 clubes alemães, 1 escocês, 2 espanhóis, 2 franceses, 7 ingleses e 4 italianos.
Em 2013, o Top 20 é constituído apenas por clubes pertencentes aos chamados Big 5 (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália). As melhores prestações nas competições da UEFA permitem aos clubes não pertencentes aos Big 5, por vezes, alcançar este Top tendo esta situação sucedido apenas por quatro vezes entre 2005 e 2013 (dois clubes escoceses, um português e um turco).
5.Contribuição por país para o total do ranking 2005-2013
Relativamente à contribuição por país para o total das receitas do Top 20 ao longo do anos em análise, observa-se que os clubes ingleses foram os que mais receitas geraram tendo sido responsáveis por 36% do total seguidos pelos representantes italianos (21%) e espanhóis (20%).
[table id=22 /]
6.Posição do melhor representante de cada país
Analisando a posição no Top 20 do melhor clube por país, é possível observar a evolução da presença alemã (representada fundamentalmente pelo Bayern Munich), a decrescente importância dos clubes italianos e a forte presença dos representantes ingleses e espanhóis.
[table id=23 /]
7.Peso de cada tipo de receita por país em 2011/2012
Em relação ao peso médio das receitas por país, de acordo com os valores de 2013 (2011/2012), as receitas comerciais são, tipicamente, o montante mais importante nas contas dos clubes alemães. Já as receitas de bilheteira assumem maior importância em Inglaterra e as receitas de direitos televisivos em França e Itália.
[table id=24 /]
Em termos absolutos, em Espanha, o modelo individual de negociação de direitos televisivos auxilia a que apenas dois clubes estejam presentes no top 20 e alcancem valores muito significativos nesta rúbrica.
 
Nota Final
Com o anúncio feito pela Premier League de que existirá um novo contrato de direitos televisivos num valor superior a três mil milhões de libras entre 2013/2014 e 2015/2016 (aumento de 70% em relação ao anterior), que pode ultrapassar os 5 mil milhões de libras com os contratos internacionais, espera-se um aumento significativo das receitas dos clubes ingleses. O mesmo poderá suceder com os clubes alemães dado que a Bundesliga anunciou também um novo contrato a vigorar a partir de 2013/2014 embora com valores inferiores à Premier League.
Nota 1: As receitas publicadas não incluem transferências de jogadores e impostos relacionados com vendas. Nota 2: As receitas dos clubes analisadas dividem-se em: bilheteira (todas as receitas de bilheteira, lugares anuais e quotizações), direitos televisivos (venda de direitos TV de todos os jogos nacionais e internacionais), e comerciais (patrocínios, publicidade, merchandising e outras receitas semelhantes); Nota 3: Foi utilizada a taxa de câmbio a30 de Junho de 2012 – £1 = €1.236.
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

PARTE 2 – ANÁLISE GLOBAL (Continuação)
3.Ranking por tipo de receita
Analisando as receitas dos clubes que fizeram parte do Top 20 da Deloitte Football Money League 2013 por tipo de receita (bilheteira, direitos tv e comerciais), verifica-se que o Real Madrid liderou as receitas de bilheteira e direitos televisivos em 2011/2012 mas o Bayern Munich alcançou receitas comerciais mais elevadas. É também relevante salientar a maior importância dos clubes ingleses nas receitas de bilheteira surgindo o Manchester United e o Arsenal à frente de clubes como o Barcelona, o Bayern Munich e o AC Milan.
[table id=19 /]
Comparando os anos de 2005 e 2013, nos casos em que é possível, denota-se, por exemplo, que a evolução do Manchester United se deveu maioritariamente ao crescimento das suas receitas comerciais tendo o mesmo sucedido no caso do Barcelona e do Manchester City.
[table id=20 /]
Nota: Em 2005 a Deloitte optou por apresentar conjuntamente as receitas de bilheteira e direitos televisivos do Bayern Munich.
 
4.Peso dos primeiros do ranking no total de receitas e diferença entre o primeiro e último classificados
O peso dos primeiros clubes do ranking face às receitas totais dos 20 clubes tem vindo a aumentar. Exemplo disso é o Real Madrid que em 2005 era responsável por 8% das receitas e em 2013 por 11% observando-se uma maior polarização mesmo entre os clubes que compõem o ranking da Deloitte.
Esta situação é também verificada através da diferença entre as receitas do primeiro e último classificados. Enquanto que em 2005 o 20º e último classificado (Aston Villa) apresentava 33% das receitas do primeiro (Manchester United), em 2013 o Newcastle United apenas conseguiu gerar 22% das receitas alcançadas pelo líder Real Madrid.
[table id=21 /]
Ir para Deloitte Football Money League 2005-2013 – Parte 3

Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry

PARTE 1 – ANÁLISE GLOBAL
Foi recentemente publicado o relatório “Deloitte Football Money League 2013” relativo à época 2011/2012. Este estudo, desenvolvido pela consultora Deloitte, analisa as principais receitas operacionais dos clubes nas quais se incluem as que se relacionam com bilheteira, direitos televisivos e comerciais (patrocínios, publicidade e merchandising) não considerando as receitas com transferências de jogadores.
Na edição de 2013, o Real Madrid tornou-se o primeiro clube do Mundo a ultrapassar a barreira dos 500 milhões de Euros em receitas liderando o ranking desde 2006 e tendo mais do que duplicado as referidas rúbricas nos últimos oito anos. Simultaneamente, os clubes que compõem os primeiros seis lugares permaneceram os mesmos pelo quinto ano consecutivo.
Globalmente, os clubes do Top 20, geraram mais de 4,8 mil milhões de Euros correspondendo a um aumento de 10% face à época 2010/2011 sendo responsáveis por mais de um quarto das receitas totais do mercado europeu de futebol. O crescimento verificado é notável tendo em conta a situação económica actual sendo apenas ultrapassado pelo verificado na edição de 2008.
As principais alterações verificadas prenderam-se com a subida do Manchester City do 12º para o 7º posto, a passagem da Juventus da 13ª para a 10ª posição, a subida do Borussia Dortmund do 16º para o 11º lugar e a passagem do Napoli do 20º para o 15º posto. É também importante salientar a descida do Internazionale do 8º para o 12º lugar, do Tottenham do 13º para o 11º, do Schalke 04 do 10º para o 14º e da AS Roma do 15º para o 19º lugar.
Outro aspecto relevante é o facto de sete dos clubes presentes no ranking de 2013, terem registado quebras nas suas receitas face ao ano anterior. Contudo, este decréscimo deveu-se sobretudo a um decréscimo nas receitas de bilheteira e direitos televisivos no seguimento de um menor sucesso desportivo. Um exemplo desta situação é o Internazionale que registou uma quebra de 12% nas suas receitas após ter alcançado o sexto lugar no campeonato e os oitavos-de-final na UEFA Champions League em 2011/2012 comparativamente com o segundo lugar no campeonato e os quartos-de-final da UEFA Champions League alcançados na época anterior. O exemplo oposto é o Manchester City que aumentou as suas receitas em 68%, ascendendo cinco lugares no ranking, tendo mais do que duplicado as suas receitas comerciais e aumentado também significativamente as restantes pelas suas melhores prestações desportivas (conquista do campeonato, participação na fase de grupos da UEFA Champions League e oitavos-de-final da UEFA Europa League em 2011/2012).
Outra novidade prende-se com a presença do Corinthians no grupo de clubes logo após o Top 20 como representante dos campeonatos não europeus devido a um aumento das receitas comerciais e de direitos televisivos dos principais clubes Brasileiros, facto que não é alheio à realização do Campeonato do Mundo no Brasil em 2014.
1. Ranking Deloitte Football Money League 2005-2013 (valor e taxa de crescimento)
Apresentam-se de seguida os clubes que fizeram parte do Top 20 entre 2005 e 2013. Verifica-se que do Top 6 de 2013, o Barcelona é o clube que tem apresentado um crescimento médio mais elevado (14%) tendo o seu rival Real Madrid crescido, em média, 10% por ano. Globalmente, o Manchester City e o Borussia Dortmund apresentaram as taxas médias mais elevadas embora o segundo tenha feito parte do ranking apenas por 3 vezes durante o período em análise.
[table id=17 /]
Nota: valores em milhões de Euros.
2.Evolução da posição no ranking 2005-2013
Apresentamos também a evolução da posição dos clubes no ranking da Deloitte que fizeram parte do mesmo entre 2005 e 2013. Na tabela em baixo é possível constatar o crescimento de alguns clubes como o Manchester City (20º lugar em 2009 vs. 7º lugar em 2013)  e o Borussia Dortmund (18º lugar em 2010 vs. 11º lugar em 2013) ao longo dos anos analisados.
[table id=18 /]
 
Ir para Deloitte Football Money League 2005-2013 – Parte 2
Siga-nos no Facebook! https://www.facebook.com/FootballIndustry