Os clubes da Liga NOS têm, tipicamente, um perfil exportador no que toca às suas vendas sendo esta uma das, ou a, sua principal fonte de receita. Neste sentido, formar jogadores, ou adquiri-los ainda com margem de progressão para realização de futuras mais-valias, torna-se absolutamente essencial para sustentar o modelo de negócio praticado.

No entanto, será que no momento de adquirirem jogadores, os clubes da principal liga nacional, olham fundamentalmente para o mercado interno?

Para procurar responder a esta questão, o Football Industry analisou as contratações dos clubes que fizeram parte da Liga NOS nas épocas 18/19, 19/20 e 20/21.

No período analisado, em termos de volume de investimento, os “3 Grandes” encabeçam naturalmente a lista com um total estimado de 61 milhões em aquisições internas. Neste capítulo, o FC Porto destaca-se dos demais tendo recentemente investido cerca de 15,5 milhões de Euros nas transferências de Nanu (ex-CS Marítimo), Zaidu (ex-CD Santa Clara), Toni Martinez (ex-FC Famalicão) e Medhi Taremi (ex-Rio Ave FC).

Top-5 Investimento 18/19-20/21 (Mercado de Verão)

No entanto, quando analisamos de uma perspectiva de número de jogadores contratados no mercado interno, o Moreirense FC destaca-se claramente seguido Vitória SC, CD Tondela e CD Santa Clara.

Outro aspecto verificado, prende-se com a maior aposta no mercado interno quando o número de equipas treinadas por técnicos nacionais é superior.

Top-5 Número de Jogadores 18/19-20/21 (Mercado de Verão)

NOTAS:

  • *”Entradas”: Não contabilizados fins de empréstimo e promoções da equipa B, sub-23 e sub-19.
  • **”Mercado Nacional”: Apenas consideradas transacções entre clubes nacionais (empréstimo ou compra) e jogadores sem clube caso tenham actuado em Portugal na época 19/20.
  • Apenas foi considerado o mercado de Verão.

Desde o momento em que surgiu a pandemia e os campeonatos foram interrompidos, rapidamente se observaram quedas no valor de mercado dos jogadores e se esperou um decréscimo e estagnação no mercado de transferências sustentado por um decréscimo nas receitas geradas dos clubes pela impossibilidade de participação dos adeptos. A partir desse momento, os clubes perderam receitas de bilhética (anual e jogo a jogo) e registaram decréscimos evidentes em receitas com quotas, inscrições, merchandising, entre outras.

Volume de Investimento

Quando analisamos o volume de investimento dos clubes das 5 principais ligas europeias (Premier League, Serie A, Ligue 1, La Liga e Bundesliga) verificamos que houve uma clara redução totalmente em contra-ciclo. Depois de um investimento recorde no mercado de inverno de 2020 (1.310 milhões de Euros em Janeiro), o mercado que terminou recentemente regrediu para valores perto dos de 2015 (3.310 milhões de Euros).

Analisando as ligas individualmente, a Premier League continua a ser o campeonato onde há maior investimento e também onde menos se notaram quebras (-10%). Em termos percentuais, a La Liga registou a maior quebra (-75%) não tendo existido, por exemplo, investimento por parte de clubes como o Real Madrid que neste defeso se revelou um clube vendedor registando cerca de 100 milhões de Euros com jogadores considerados excedentários e que haviam regressado de empréstimo.

Tipos de Transferência

O menor investimento do mercado de tranferências de 20/21 reflectiu-se também no tipo de contratações realizadas pelos clubes dando maior primazia a jogadores livres e emprestados. Em termos gerais, nos Big-5 o peso das contratações de jogadores livres cresceu 6,1% (32,3% em 2020) e dos jogadores emprestados 6,9% (30% em 2020).

Individualmente, no que se refere às contratações de jogadores livres, verificou-se um aumento significativo na Bundesliga (15,3%) tendo apenas decrescido na Premier League (-1,0%).

Relativamente a contratações por empréstimo, o maior crescimento registou-se na Serie A (12,9%) tendo apenas existido um decréscimo na Ligue 1 (-1,6%).

Preço de Aquisição dos Jogadores

De acordo com dados do CIES, o impacto do COVID registou-se fundamentalmente no abrandamento do investimento global dos clubes como verificámos anteriormente. A pandemia levou a que uma inflação anual de cerca de 15% entre 2015 e 2019 tenha decrescido para 6% no último ano.

Embora os preços praticados tenham continuado a aumentar apesar da pandemia, verificou-se o reforço da introdução de cláusulas com base em objectivos sendo pagas determinadas verbas apenas se os jogadores e/ou clubes compradores atingirem determinados objectivos desportivos. Verificou-se também a inclusão mais frequente de atribuição de uma percentagem ao clube vendedor em futuras transferências dos atletas. Assim, num periodo de maior incerteza e menor capacidade de investimento, os clubes optaram por soluções criativas de modo a obterem as contratações desejadas e a melhor gerirem o fundos existentes.

O Comportamento da Liga NOS

Como sabemos, a Liga NOS é historicamente um campeonato economicamente vendedor. Neste mercado, os clubes portugueses contrataram 361 atletas por um valor médio de 405 mil Euros e viram sair dos seus plantéis 283 jogadores por um valor médio superior a 889 mil Euros.

Nestes números incluem-se os empréstimos. Neste período os clubes do campeonato nacional emprestaram 121 jogadores tendo recebido 180 nestas condições.

Quando comparamos estes dados com o mercado de verão de 2019, verificamos que nesse período contrataram 367 jogadores por um valor médio de 388 mil Euros e viram sair 362 atletas por um valor médio de 1,1 milhões de Euros. Ou seja, o investimento médio por jogador em 2020 foi semelhante ao de 2019 mas a receita proveniente das vendas decresceu. Relativamente aos empréstimos, receberam 169 atletas e viram sair 148 nestas condições, números inferiores aos do mercado de 2020 sublinhando o aumento desta estratégia devido à pandemia e à menor capacidade financeira.

Balança Comercial das Ligas

De acordo com dados do Transfermarkt, de entre as ligas analisadas, os clubes da Premier League, Serie A e Ligue 1 gastaram mais do que receberam em transferências de atletas. A Liga NOS, baseando-se no seu perfil vendedor, apresentou um balanço positivo entre compras e vendas na ordem dos 105 milhões de Euros.

Numa altura em que se aproxima o mercado de transferências de Inverno, o Football Industry apresenta-lhe o investimento realizado pelos clubes das 5 principais ligas europeias no verão de 2013 (Barclays Premier League, Bundesliga, Liga BBVA, Ligue 1 e Serie A).
Real Madrid, Monaco, Tottenham, Manchester City e Paris Saint-Germain destacaram-se dos restantes clubes tendo estado envolvidos em transferências milionárias de estrelas como Bale, Isco, Falcao, James Rodriguez, Lamela, Soldado, Fernandinho, Negredo, Cavani e Marquinhos.
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Entradas e Saídas de Jogadores por Região
O mercado europeu agregou a maioria das entradas e saídas de jogadores em 2012. Os mercados africano e norte americano foram aqueles que mais no último ano tendo-se registado uma quebra na América do Sul e Ásia.
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Países mais Activos no Mercado de Transferências em 2012
Relativamente aos países mais activos no mercado em 2012, verifica-se sobretudo uma tendência para a entrada de um maior número de jogadores estrangeiros no mercado inglês e uma maior internacionalização do jogador espanhol, certamente fomentada pelas conquistas da selecção nacional espanhola. Em termos percentuais, os países com maior crescimento no número de entradas foram o Iraque (342%), Costa do Marfim (322%) e Libéria (300%). Relativamente às saídas, o top 3, em termos percentuais, é composto pelo Gabão (75%),Hong Kong (72%) e Malásia (69%).
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Saldo de Entradas e Saídas de Jogadores (€)
No que respeita ao saldo de cada país entre receitas e gastos relacionados com transferências, o Brasil e Portugal lideram o top 10 de países cujos benefícios foram superiores aos gastos enquanto que a Inglaterra e a Rússia lideram, de forma destacada, o top 10 dos que despenderam valores superiores aos seus ganhos.
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Salário Médio pago a Jogadores transferidos para os 6 Países mais Activos no Mercado em 2012 (compensação fixa)
No que concerne a este aspecto, verifica-se ainda uma grande disparidade entre os mercados europeus e sul americanos.
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Comissões Pagas a Intermediários em Transferências Internacionais
Inglaterra, Itália e Rússia lideram o top 10 dos países que mais pagaram a intermediários sendo que o primeiro e terceiro lideram o top de países que gastaram mais do que amealharam.
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Na passada semana, a FIFA Transfer Matching System GmbH publicou o “Global Transfer Market 2012” que apresenta dados relativos às transferências internacionais de jogadores profissionais de futebol com idade igual ou superior a 18 anos. O relatório abrange mais de 200 países e 5.600 clubes profissionais. A visão da FIFA TMS, que controla informaticamente o processo de transferências de jogadores, passa por fomentar e sustentar um mercado global de transferências transparente, baseado na integridade, responsabilidade e inovação.
Principais números do mercado em 2012:

  • 11.552 transferências internacionais realizadas com sucesso (crescimento de 1% em relação a 2011);
  • Globalmente, os países europeus foram os mais ativos;
  • 64% das transferências ocorreram em Janeiro, Julho e Agosto de 2012;
  • A 31 de Janeiro e 31 de Agosto de 2012, ocorreu uma transferência de 5 em 5 minutos;
  • A nacionalidade mais representada no mercado de transferências foi a brasileira seguida da argentina e das pertencentes ao Reino Unido (portuguesa em 10º);
  • Idade média dos jogadores transferidos internacionalmente: 24 anos e 10 meses (igual a 2011);
  • 39% das transferências internacionais envolveram jogadores com idades compreendidas entre os 20 e 24 anos;
  • 70% das transferências internacionais realizadas envolveram atletas em final de contrato ou sem qualquer vínculo (igual a 2011), 12% envolveram empréstimos entre clubes (36% com compensação monetária), 10% foram compras de jogadores (85% com compensação monetária) e 8% foram regressos de empréstimos;
  • 14% das transferências internacionais realizadas envolveram compensações monetárias entre clubes;
  • 67% dos clubes pertencentes às associações tuteladas pela FIFA adquiriram pelo menos um atleta e 79% venderam pelo menos um jogador;
  • Total de compensações entre clubes: 2 mil milhões de Euros (quebra de 10% face a 2011);
  • Compensação média entre clubes: 1,2 milhões de Euros (quebra de 11% em relação a 2011);
  • Duração média do contrato de jogadores adquiridos a custo zero: 1 ano e 4 meses;
  • Duração média do contrato de jogadores adquiridos mediante uma compensação monetária: 3 anos;
  • Duração média do contrato de empréstimo: 10 meses;
  • Salário anual fixo médio dos jogadores transferidos para Itália (país com o salário médio mais elevado entre os seis países mais activos no mercado): 550 mil Euros;
  • Salário anual fixo médio dos jogadores transferidos para o Brasil (país mais activo em 2012 registando 11% das transferências): 61 mil Euros.

Pode ler a segunda parte do artigo clicando aqui: Mercado de Transferências – Parte II
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