Fundado em 1931, o Granada CF tem tido diversos proprietários e alguns percalços financeiros. Em 2009, o clube andaluz quase fechou portas devido às suas elevadas dívidas. Em 2016, tornou-se um dos primeiros clubes espanhóis a receber capital de investidores chineses. Após um período de falência tem vindo a trepar os vários escalões do futebol espanhol até regressar à La Liga em 2019/2020 realizando uma excelente temporada (7º lugar no campeonato e meias-finais da Copa del Rey) qualificando-se para as pré-eliminatórias da UEFA Europa League de 2020/2021.

O Granada CF, que conta com 6 títulos no seu currículo (1 Segunda División, 2 Segunda División B e 3 Tercera División) e 3 jogadores portugueses no actual plantel (Domingos Duarte, João Costa e Rui Silva), viu-se obrigado a romper com os laços do passado tendo, em 2018/2019, finalmente sido possível terminar os vínculos económicos com o seu anterior proprietário representando uma redução da dívida em cerca de 8 milhões de Euros. Esta dívida estava extremamente ligada à movimentação de jogadores numa fase em que contava com uma estrutura de cerca de 70 atletas maioritariamente pertencentes a entidades terceiras. Actualmente, os jogadores do plantel são activos do clube e a área de formação voltou a ser gerida por si numa estratégia de realinhamento com a comunidade local e de fornecimento de atletas para a equipa principal.

O clube andaluz tem também em andamento a construção de uma cidade desportiva que, devido à turbulência das últimas épocas, foi sendo atrasada. O projecto conta com uma residência para atletas e campos de relva artifical com todas as valências necessárias inseridas na bancada destinadas às equipas de formação e feminina num investimento total de cerca de 4 milhões de Euros. Paralelamente, o Município, em conjunto com o clube, tem também em perspectiva um projecto de requalificação do estádio do Granada CF bem como a zona circundante dotando-a de condições para atrair público para a prática de desporto e como área de lazer.

Tal como todas as restantes entidades desportivas, o Granada CF está a sentir os efeitos da pandemia. Recentemente, o seu director-geral assumiu que a pandemia lhes retirou 3 milhões de Euros em receitas na época passada reforçando que se todos os Sócios tivessem pedido a devolução do valor dos seus lugares anuais teria representado uma perda de cerca de 1,3 milhões de Euros.

Os quadros em baixo apresentam a evolução financeira mais recente do clube espanhol:

Nas últimas semanas, o Granada CF anunciou novos acordos com a Caja Rural, CaixaBank (até 2022, patrocinador desde 2011) e Winamax (até 2022).

Com 2 vitórias nos 2 primeiros jogos da La Liga 2020/2021, as expectativas são agora elevadas com vista a mais uma época de grande sucesso.

Ainda com 4 jogos dos oitavos-de-final por realizar, no passado dia 17 de Junho, a UEFA anunciou que os quartos-de-final, meias-finais e final da UEFA Champions League terão lugar em Lisboa, no Estádio do Sport Lisboa e Benfica (estádio da final) e no Estádio José Alvalade, pertencente ao Sporting Clube de Portugal. Os quartos-de-final e meias-finais serão jogadas apenas a uma mão. Está ainda pendente uma decisão relativamente ao local dos jogos em falta dos oitavos-de-final que poderão ter lugar nos estádios de Barcelona, Bayern Munchen, Juventus e Manchester City ou em Portugal, no Estádio do Dragão, pertencente ao Futebol Clube do Porto e Estádio D. Afonso Henriques, casa do Vitória Sport Clube. Para já estão garantidas as presenças em Lisboa da surpreendente Atalanta, do Atlético de Madrid de João Félix, do crónico campeão francês Paris Saint-Germain e do cada vez mais conhecido RB Leipzig.

As cidades escolhidas pela UEFA

Ano após ano, as principais cidades europeias candidatam-se a receber a final da maior competição mundial, a UEFA Champions League. Além de ter sido anunciado o novo local da final deste ano, já são conhecidas as cidades onde se irão realizar as edições de 2021, 2022, 2023 e 2024. Entre 1993, ano da primeira final enquadrada no mais recente formato da competição, e 2024, serão 22 os estádios de 20 cidades de 14 países que terão recebido as 32 finais da competição com especial destaque para a Alemanha com 6 edições e, em particular, para Munique com 4 finais.

Ao analisarmos o local das finais, verificamos que existe uma clara preferência pelos países dos chamados “Big-5” (Bundesliga, La Liga, Ligue 1, Premier League e Serie A). Assim, em 2024, Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália terão recebido 19 das 32 finais (59%). Relativamente aos restantes países, destacam-se três “periféricos”, Turquia, Grécia e Portugal, com duas finais.

À primazia pelos 5 países das principais ligas europeias não será, obviamente, alheia a componente comercial uma vez que terão tendencialmente mais capacidade de gerar e potenciar receitas através das suas marcas, do seu poder de compra, da centralidade no continente europeu e da sua rede de transportes.

O impacto económico das últimas finais

O impacto económico nas cidades que recebem a final da competição incide fundamentalmente nas estadias em hotéis e outras habitações turísticas, na restauração, em outras actividades turísticas, e em outros serviços como segurança, hospitalidade, patrocínios. Como se pode observar no gráfico em baixo, o impacto nas cidades variou entre os 45 milhões de Euros em Roma no ano de 2009 e os 53 milhões em Cardiff mais recentemente.

Em 2011, Barcelona e Manchester United defrontaram-se em Londres tendo os Blaugrana vencido por 3-1 com o “tiki taka” de Pep Guardiola e Messi como maestro. Estima-se que a final entre os dois colossos tenha gerado 52 milhões de Euros e se tenham deslocado à capital inglesa cerca de 110 mil pessoas. Já em 2017, em Cardiff, a final entre Real Madrid e Juventus gerou 53 milhões de Euros, valor mais elevado nas finais analisadas, e levou à cidade cerca de 200 mil pessoas.

Relativamente à final de Lisboa em 2014, entre as equipas espanholas do Real Madrid e Atlético Madrid, calcula-se que o impacto económico para a capital portuguesa tenha sido de cerca de 50 milhões de Euros. De acordo com estudos realizados, crê-se que 54% deste valor (27M€) esteja associado a estadias, 22% (11M€) a restauração, 7% (3,5M€) com outras actividades turísticas e 17% (8,5M€) a outros serviços. O aeroporto de Lisboa registou um acréscimo de 10 mil passageiros no fim-de-semana do jogo, representando um aumento de 20% face ao fluxo habitual e registaram-se cerca de 50 mil dormidas em Lisboa e 70 mil visitantes.

Para estes valores em muito contribui o poder de compra dos adeptos que visitam a cidade que acolhe a final. Conforme podemos verificar no gráfico em baixo, ao combinarmos o PIB per capita dos países dos clubes representados na final, o evento de Lisboa em 2014 apresenta o valor mais baixo das últimas 11 edições. A final de 2013 em Londres, entre Bayern Munchen e Borussia Dortmund apresenta o valor mais elevado.

As cidades, além de obterem receitas e impacto comercial no curto-prazo com a realização do evento, obtêm dividendos a longo-prazo. A final de 2014 em Lisboa contribuiu, juntamente com outros grandes eventos decorridos nos últimos anos, como o Euro 2004, para o incremento da reputação da cidade e do país como organizador de eventos de relevo. Assim, as cidades acabam por lucrar no longo-prazo com um aumento do turismo, patrocínios e maior probabilidade de receberem outros grandes eventos.

UEFA Champions League em Portugal – Que impacto esperar?

Em primeiro lugar, devemos ter em conta que os moldes em que Portugal receberá a competição são totalmente novos uma vez que, no mínimo, serão realizados 7 jogos em Lisboa ao invés de apenas a final. Em segundo lugar, devemos também ter atenção ao facto de a presença de público no interior dos estádios ser também ainda uma incógnita em virtude da evolução da pandemia do COVID-19. Por último, é importante considerar que os voos internacionais estão a ser retomados possibilitando a vinda de adeptos afectos aos clubes mesmo na eventualidade de estes não poderem assistir aos jogos no interior dos recintos desportivos.

Assim, tendo por base os valores acima referidos e dois cenários distintos, apresentamos uma estimativa relativamente ao impacto económico esperado.

Cenário 1 – Sem público nos estádios

  • 8 equipas, staff, UEFA, jornalistas, patrocinadores e alguns adeptos que se desloquem independentemente de não poderem aceder aos estádios – 10.000 pessoas representando 15% do fluxo de 2014:
    • Estadias em unidades hoteleiras – 5,4 milhões de Euros
    • Restauração – 1,65 milhões de Euros
    • Outras actividades turísticas – 0,5 milhões de Euros
    • Outros serviços (considerando serem afectados apenas em 30% devido ao número superior de jogos face a 2014) – 5,95 milhões de Euros
  • Impacto estimado total = 13,5 milhões de Euros

Cenário 2 – Estádios com 33% de lotação máxima (na linha do que se encontra a ser discutido pela La Liga)

  • Assumindo 20 mil pessoas por jogo, 10 mil afectas a cada um dos 8 clubes e assumindo que assistirão também às meias-finais e final caso o seu clube se apure, repercute-se num potencial máximo de 80 mil pessoas;
    • Estadias em unidades hoteleiras – 43,2 milhões de Euros
    • Restauração – 17,6 milhões de Euros
    • Outras actividades turísticas – 5,6 milhões de Euros
    • Outros serviços – 13,6 milhões de Euros
  • Impacto estimado total = 80 milhões de Euros

Independentemente das estimativas que se possam efectuar, é certo que a realização das fase final da UEFA Champions League trará benefícios, sobretudo nesta fase, ajudando na retoma da hotelaria e restauração, na atenção mediática e imagem do país pelo facto de acolher, no mínimo, 8 equipas compostas por elementos com muitos seguidores e com um valor de mercado elevado.

Artugo originalmente publicado em https://totalfootballanalysis.com/

No início de 2020, o FC Barcelona foi coroado como o “Rei das Receitas” pela Deloitte Football Money League com um recorde de 840,8 milhões de Euros alcançados na época de 2018/2019. Embora o seu plano estratégico tenha sido publicado apenas no final de 2015 com o objectivo de torná-lo a instituição desportiva mais admirada, adorada e global, o começo da evolução financeira do clube blaugrana remonta a 2003 com a entrada de Joan Laporta e de jovens empreendedores para a presidência nas eleições com mais participações até essa data. Após vencer o campeonato em 1998/1999, seguiram-se algumas épocas desastrosas culminando com um sexto lugar na La Liga em 2002/2003 (pior classificação desde 1987/1988). A situação financeira não era a melhor e os 123,4 milhões gerados em 2002/2003, representavam metade do valor acumulado por clubes como o Manchester United FC e quase representava o custo com salários (88%). A dívida tinha-se acumulado até níveis probitivos. Era urgente fazer algo dentro do clube.

A direção eleita tinha como premissas o futebol espectáculo e o compromisso social tendo optado por, ao invés de reduzir custos, seguir uma abordagem mais agressiva de modo a obter mais rapidamente resultados dentro e fora do campo.

A partir da época 2003/2004, o clube espanhol iniciou um processo de diversificação e internacionalização das suas receitas aliadas à sua sustentabilidade, capacidade de gestão e inovação. Apesar de os resultados financeiros terem sido sustentados em épocas de enorme sucesso desportivo, como as de 2008/2009 e 2014/2015, o clube tem trabalhado no sentido de cada vez mais ter as suas receitas o mais autónomas possível da performance dentro do campo, já com resultados à vista. No gráfico em baixo, verifica-se que, com excepção das épocas 2012/2013 e 2013/2014 em que o crescimento foi quase nulo, o FC Barcelona tem crescido a sua receita exponencialmente com uma taxa média anual de crescimento de 13%.

Os primeiros resultados mais visíveis surgiram na época 2005/2006 com a conquista da UEFA Champions League e da La Liga. Entre 2002/2003 e 2005/2006, as receitas de matchday cresceram 35 milhões de Euros (83%), as receitas televisivas 51,5 milhões (121%) e as comerciais 49,4 milhões (126%).

Linha do Tempo

Ao longo destas épocas, foram vários os acontecimentos-chave, com 3 presidentes, 10 títulos internacionais e 24 títulos nacionais. Em 15 épocas (2004/2005-2018/2019) alcançou o mesmo número de títulos internacionais (10) que nos 105 anos anteriores (1899-2004) enquanto que no plano nacional, alcançou quase um terço dos seus títulos (32%).

Importa ressalvar os principais acontecimentos ao longo dos últimos anos para, posteriormente, analisarmos as rubricas de receita e a estratégia do clube.

2003/2004

  • Entrada do presidente Joan Laporta.
  • Podendo negociar os seus direitos televisivos individualmente, beneficiou do primeiro ano de um contrato de 5 épocas de 54 milhões no total com a cadeia Televisio de Catalunya.
  • Aumento dos preços dos lugares anuais dando origem a maiores receitas de matchday.
  • O clube continuou a resistir negociar com um patrocinador para a parte da frente das camisolas principais.

2004/2005

  • A campanha de angariação de sócios “The Big Challenge” resultou num aumento de 20% no número de associados atingindo os 130.000.
  • Com melhores resultados e envolvência com a comunidade, as assistências aumentaram.

2005/2006

  • Aumento elevado das receitas televisivas devido ao contrato local em vigor e à campanha na UCL.
  • Anúncio da extensão do contrato com a Nike até 2013 (terminava em 2008) no valor de 30 milhões de Euros por ano.
  • Acordo com a Unicef para que a sua imagem surja na parte da frente das camisolas sem qualquer receita comercial associada.
  • Alcance da marca dos 150.000 sócios, mais 40.000 do que em 2003.

2006/2007

  • Primeiro ano de um contrato televisivo com a Mediapro com uma receita de 105 milhões e valores superiores a partir de 2008/2009.
  • Anúncio de planos para a remodelação do Camp Nou de modo a aumentar a capacidade do estádio.

2007/2008

  • Ultrapassou pela primeira vez os 100 milhões de Euros em receitas comerciais fruto, fundamentalmente, do novo acordo com a Nike.

2008/2009

  • Época de maior sucesso desportivo devido ao número de títulos conquistados (La Liga, Copa del Rey e UCL, tendo ganho a Supercopa de España, a Supertaça Europeia e o Campeonato do Mundo de Clubes no início de 2009/2010).
  • Aumento do valor anual do contrato com a Medipro para 150 milhões de Euros.
  • Adiamento dos planos para alargamento da capacidade do estádio e melhoria das zonas Corporate.

2009/2010

  • Tomada de posse do novo presidente Sandro Rosell em Junho de 2010.
  • Novo acordo assinado com a Mediapro válido até 2014 com receitas mais significativas.
  • Com a chegada do novo presidente, foi assinado, pela primeira vez na história do clube, um acordo comercial de patrocínio com a Qatar Sports Investments para a frente das suas camisolas a vigorar entre 2011 e o final da época 2015/2016 num valor mínimo de 165 milhões de Euros. Na frente da camisola surgirá o logo da Qatar Foundation.

2010/2011

  • As receitas de matchday ultrapassaram os 100 milhões pela primeira vez.
  • Prolongamento do contrato com a Mediapro até ao final da época 2014/2015.

2011/2012

  • Primeiro ano com recebimento total do novo acordo de patrocínio com a Qatar Sports Investments (30 milhões).
  • Aumento do valor do contrato com a Mediapro.

2012/2013

  • Anúncio de que na época seguinte a Qatar Airways será a primeira entidade comercial a surgir na frente das camisolas.

2013/2014

  • Primeira época desde 2007/2008 sem conquistar competições principais.
  • Início do acordo com a Intel no valor de 19 milhões de Euros válido até 2018.
  • Em Janeiro de 2014, Josep Maria Bartomeu inicia funções, primeiro como interino e, em 2015, definitivamente.

2014/2015

  • Torna-se o primeiro clube europeu a completar duas vezes o triplete (La Liga, Copa del Rey e UEFA Champions League).
  • Melhorias em acordos comerciais existentes (Audi) e novos acordos (Beko, Telefonica).
  • Aprovado o plano para expansão do Camp Nou (Espai Barça) com o objectivo de atingir 105.000 lugares com conclusão em 2021.

2015/2016

  • Primeira época em que os direitos televisivos passam a ser geridos centralizadamente pela La Liga.
  • Publicação do plano estratégico 2015-2021 com o objetivo de atingir 1 bilião de Euros em receitas.
  • Utilização do estádio para geração de novas receitas (concerto e competição de rugby).

2016/2017

  • Permanência nesta época da Qatar Airways como patrocinadora principal das camisolas e anúncio de um acordo com a Rakuten para patrocínio a partir da época seguinte com um valor entre 50 e 60 milhões de Euros por época.

2017/2018

  • Aumento signficativo das receitas comerciais devido ao patrocínio da Rakuten e melhor aproveitamento de outros acordos, nomeadamente, dos jogos de pré-época realizados nos EUA.
  • Optimização da venda de lugares através do programa Seient Lliure.

2018/2019

  • Novo acordo com a Nike e Beko.
  • Controlo por parte do clube do seu merchandising e operações de licenciamento deixando de delegar em terceiros tendo imediato impacto nas receitas.

 

Receitas de Matchday

As receitas de matchday incluem as vendas de bilhetes e hospitalidade corporate e vivem sobretudo do grau de envolvência entre o clube e a comunidade. Como referido em cima, após um período negativo, a simbiose entre clube e adeptos voltou a cimentar-se a partir de 2003/2004 com o consequente aumento das assistências no estádio e do número de sócios.

Ao longo das épocas, o FC Barcelona tem inovado na diversificação de produtos de modo a potenciar receitas criando, por exemplo, o programa Seient Lliure que permite aos seus sócios revender o seu lugar no estádio num jogo ao qual não possam comparecer recebendo parte da venda e maximizar as receitas para o clube. Outro exemplo, a nível de hospitalidade, passa pelos produtos VIP que vende com experiências diferenciadoras. Tem procurado também ter uma enorme rede de vendedores em posições-chave abrangendo todos os tipos de clientes e segmentos e introduziu recentemente a metodologia de preços dinâmicos que, segundo o próprio clube, foi o grande responsável pelo aumento significativo de receitas de matchday registado em 2018/2019.

Assim, esta estratégia tem permitido aos blaugrana rentabilizar cada vez mais os lugares do Camp Nou conforme se pode observar no gráfico em baixo com a evolução da receita por lugar. Espera-se que com a expansão do estádio e a melhoria dos espaços corporate, estes valores aumentem cada vez mais.

Receitas Televisivas

Até 2014/2015, o FC Barcelona controlava e negociava os seus próprios direitos televisivos. Assim, potenciou junto dos operadores, tal como outros clubes, a sua marca e as suas maiores audiências como aconteceu com a Televisio de Catalunya e a Mediapro. A partir da época 2015/2016, os direitos passaram a ser geridos centralizadamente pela La Liga. Embora a nível nacional seja mais fácil controlar, estas receitas estão associadas ao desempenho desportivo uma vez que atingem valores superiores quando as campanhas na UEFA Champions League assumem um maior sucesso. Deste modo, embora tenham crescido anualmente, verificaram-se aumentos mais significativos nos anos de conquista da UCL e também fruto das melhorias dos ciclos comerciais celebrados entre a UEFA e os seus patrocinadores.

 Receitas Comerciais

As receitas comerciais incluem fluxos como patrocínios, merchandising e visitas ao estádio. A estratégia do FC Barcelona está amplamente relacionada com esta rúbrica de receitas. O clube percebeu que a componente comercial depende menos do sucesso desportivo e pode ser potenciada pela força da sua marca. Assim, ao longo do período em análise, foi capaz de melhorar os acordos existentes (e.g. Nike), celebrar novos (e.g. Intel) e tomar duas decisões históricas e de enorme impacto financeiro: 1-celebrar um acordo de patrocínio com uma entidade comercial para a frente das suas camisolas; 2-assumir o controlo do merchandising e operações de licenciamento.

O FC Barcelona assume-se como uma das marcas desportivas mais apetecíveis tendo como objetivo no seu plano estratégico 2015-2021 tornar-se a mais admirada, adorada e global. Mantendo os acordos comerciais existentes, melhorando-os e juntado-lhes novos e explorando novas receitas comerciais como, por exemplo, os torneios de pré-época internacionais, escolas de futebol e o Barça Innovation Hub, terá certamente todas as possibilidades de atingir este objectivo.

Estratégia de aumento da independência das receitas face aos resultados desportivos

A partir de 2003, com um enfoque ainda mais forte a partir de 2015, o FC Barcelona percebeu que teria de diversificar e internacionalizar as suas receitas para estar um passo à frente dos seus competidores adaptando-se às condições do mercado, diminuindo a sua dependência em relação às receitas televisivas e olhando sobretudo para as que estão sob o seu controlo.

O plano estratégico destinado ao período 2015-2021, assenta em 5 pilares: excelência desportiva, participação social, expansão/melhoria do património, posicionamento global e da marca, gestão financeira e sustentabilidade. Tem como objectivo atingir 1 bilião de Euros em receitas na época 2020/2021, o que se vislumbra inteiramente possível caso o clube consiga manter a taxa média de crescimento de 13% evidenciada nos últimos anos.

Assim, a estratégia passa por continuar a crescer as suas receitas independentemente de os resultados desportivos serem melhores ou piores. No gráfico em baixo, verificamos que a dependência é cada vez menor. De facto, embora a percentagem de vitórias tenha diminuído nas últimas épocas, as receitas têm continuado a aumentar significativamente.

Por último, quando comparamos o FC Barcelona com os restantes 9 clubes que fizeram parte da Deloitte Football Money League entre 2003/2004 e 2018/2019, verificamos que a dependência do clube espanhol em relação a rúbricas não controláveis no total das suas receitas, nomeadamente as de direitos televisivos, face à média dos restantes é manfiestamente menor. No gráfico em baixo verifica-se que enquanto que os blaugrana passaram a ter as receitas comerciais como a sua principal fonte (subida de 15%), os outros clubes continuam bastante dependentes dos acordos televisivos tendo inclusive subido o peso das mesmas nas suas receitas globais (3%).

A KPMG Football Benchmark divulgou esta quinta-feira a sua 5ª edição do relatório sobre o valor económico dos clubes referente a Janeiro de 2020. Deste modo, devido à crise causada pela pandemia do vírus COVID-19, estes valores terão tendência para descer devido aos necessários ajustes do mercado.

À semelhança dos relatórios anteriores, Real Madrid e Manchester United ocupam os dois primeiros lugares do ranking seguidos pelo Barcelona que passou a ocupar a terceira posição que pertencia ao Bayern Munchen, clube que em 27 anos nunca apresentou resultados financeiros negativos.

Outra novidade desta edição prende-se com a inexistência de clubes da Serie A no Top-10 uma vez que a Juventus caiu para o 11º posto.

O Galatasaray foi o clube que mais cresceu face ao ano anterior (49%) seguido do Paris Saint-Germain e Internazionale.

Por outro lado, o Real Madrid assume o 1º lugar pela terceira vez desde 2016 sobretudo devido às três UEFA Champions League conquistadas e um crescimento de 41% nas receitas comerciais. Já o Manchester United manteve o 2º posto devido à força da sua marca e um EBIT acumulado significativo. No 3º lugar, o Barcelona registou um crescimento de 50% nas receitas operacionais e de 52% nas receitas comerciais desde 2016 levando-o assim a subir um lugar face ao ano passado.

No conjunto dos 32 clubes que fazem parte deste ranking, entre 2016 e 2020, o seu valor cresceu sempre (51% acumulado) principalmente devido a um aumento de 44% nas receitas operacionais ao longo deste período. Todas as rúbricas de receitas aumentaram, sendo as receitas televisivas o principal destaque com um incremento de 65% enquanto que as receitas de matchday e comerciais cresceram 22% e 39%, respectivamente. Outro facto importante, passa pela decrescente dependência de 25 dos 32 clubes face às receitas de matchday.

Simultaneamente é importante referir que, ao longo das 5 edições deste relatório, o peso do Top-10 no total do valor económico dos 32 clubes decresceu 4% cifrando-se actualmente nos 66%.

Relativamente aos clubes, em termos percentuais, desde 2016, o Olympique Lyonnais foi o clube cujo valor mais cresceu (193%) seguido do Tottenham e Internazionale. Em termos absolutos, o Liverpool foi quem mais viu crescer o seu valor económico (1.385 milhões de Euros). Por outro lado, o AC Milan foi o único a perder valor ao longo dos anos. No que respeita aos resultados financeiros (EBIT), o Tottenham é o clube de destaque com um valor acumulado de 439 milhões de Euros.

À porta do ranking de 32 clubes de 2020, ficaram o Celtic FC (Escócia), PSV Eindhoven (Holanda), Olympique de Marseille e AS Monaco (França), Fenerbahçe SK (Turquia) e Sporting CP (Portugal).

Ranking do Valor Económico (Top-32)

 

Ranking de Variação do Valor Económico dos Clubes (2016-2020)

 

Ranking de Variação do Valor Económico por País (2016-2020)

Observando os clubes que fizeram parte das edições deste relatório entre 2016 e 2020, e agregando-os pelo país a que pertencem, verifica-se que o valor dos clubes da Ligue 1 tem sido que mais tem subido (74%). Já em termos absolutos, o 1º posto cabe aos clubes da Premier League (6.225 milhões de Euros).

 

Por último, entre 2016 e 2020, os clubes ingleses foram os que mais ganharam peso no total do valor do top-32, agregando 39% do mesmo em 2016 e 41% em 2020.

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O índice “Football Industry Return on Investment Index” procura analisar o impacto do investimento realizado pelos clubes no mercado de transferências de 2013/14 no seu desempenho na liga nacional. Este impacto é verificado comparando os pontos acumulados pelo clube até ao momento com o número que apresentava em 2012/13, à mesma jornada, sendo esta diferença posteriormente confrontada com o investimento realizado.
A título de exemplo, o Liverpool, à 17ª jornada da época corrente, apresenta um crescimento de 0,23 pontos, face a 2012/13, por cada milhão de Euros investido no mercado de transferências de 2013/14.
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NOTAS: (1) Pontos Adicionais por cada Milhão Investido = Diferença Pontual, à mesma jornada, entre 2013/14 e 2012/13 : Investimento realizado no Mercado de Transferências de 2013/14; (2) Taxa de Câmbio 01 Novembro de 2013: 1 GBP = 1,19708 EUR; (3) Apenas foram consideradas as equipas que permaneceram nas ligas analisadas entre 2012/13 e 2013/14; (4) Dados analisados até 24 de Dezembro de 2013: Bundesliga – 17ª jornada, Ligue 1 – 19ª jornada, Liga BBVA – 17ª jornada, Barclays Premier League – 17ª jornada, e Serie A – 17ª jornada.
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De acordo com o site transfermarkt, no final do ano de 2013, as 50 equipas mais valiosas são as seguintes:
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O ranking é constituído por 13 equipas inglesas, 7 espanholas, 7 italianas, 6 russas, 5 alemãs, 4 francesas, 3 portuguesas, 3 turcas e 2 ucranianas.
Fonte: Transfermarkt
Nota: Dados recolhidos a 24 de Dezembro de 2013.
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Nos últimos anos tem-se tornado cada vez mais comum surgirem milionários interessados em adquirir partes do capital de clubes de futebol.
Neste sentido, apresentamos a lista dos 11 proprietários de clubes com maior património na atualidade, de acordo com dados divulgados pela Forbes.
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A maioria dos proprietários apresentados na lista são originários dos Estados Unidos da América e da Rússia. Verifica-se também que a maioria optou por investir em clubes pertencentes ao campeonato inglês (Barclays Premier League), espanhol (Liga BBVA) e norte americano (Major League Soccer).
Nota: Taxa de câmbio a 26 Abril de 2013: 1 USD = 0,767430 EUR.
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Atualmente, os clubes atraem receitas através das suas camisolas de duas formas:
1. Marca que produz o equipamento (Adidas, Nike, etc.);
2. Patrocinador que apresenta o seu logotipo no centro da camisola.
O ranking que apresentamos foca-se no segundo ponto. No entanto, relativamente ao primeiro, neste momento, o Real Madrid apresenta o contrato mais valioso recebendo, em média, 31,5 milhões de Euros por ano da Adidas.
Em Julho de 2012, o Manchester United selou um acordo de 7 anos com a Chevrolet no valor de 430 milhões de Euros estabelecendo um novo recorde. O clube inglês tem sido aquele que melhor tem explorado este fluxo de receita encontrando-se atualmente em negociações com a Nike para melhorar o seu contrato, esperando-se que este se torne o mais elevado do género.
De acordo com a Forbes, apesar de o Real Madrid ser o clube mais valioso na atualidade, apenas apresenta o quinto patrocínio nas camisolas mais elevado. No entanto, aguarda-se um acordo entre o clube e a Emirates que elevará certamente o montante atual.
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Notas: (1) Não foram incluídos o contrato de 10 anos do Manchester City com a Etihad no valor de 491,2 milhões de Euros e o contrato de 5 anos do Arsenal com a Emirates no valor de 184,2 milhões de Euros uma vez que estes incluem também os naming rights do estádio e a sua separação não é pública; (2) Taxa de câmbio 26 Abril 2013: 1 USD = 0,767430 EUR; (3) Valores arredondados às centenas de milhar.
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Entre 2003/2004 e 2011/2012 o Barcelona aumentou as suas receitas de bilheteira, direitos televisivos e comerciais de 169 milhões para 483 milhões de Euros correspondendo a um crescimento de 185%, superior ao do seu rival Real Madrid no mesmo período. Depois de em 2005 e 2006 ter ocupado o sétimo e sexto lugares, respectivamente, da Deloitte Football Money League, o Barcelona oscilou entre a segunda e terceira posição tendo estabilizado no segundo posto desde 2008/2009, época em que venceu a UEFA Champions League pela terceira vez. O Barcelona aumentou o seu peso no total das receitas dos clubes que integram o referido ranking de 6% em 2005 para 10% em 2013.
Não tendo sido a única razão, verifica-se que nos anos em que se observaram as maiores taxas de crescimento das receitas, o Barcelona venceu a UEFA Champions League (2005/2006, 2008/2009 e 2010/2011) tendo sido por isso um aspecto importantíssimo para exponenciar o potencial do clube. O crescimento médio apresentado entre 2003/2004 e 2011/2012 foi de 14%.
No período em análise, o peso das suas receitas de bilheteira situou-se entre os 24% e os 34% (tendência decrescente), as receitas de direitos televisivos entre os 36% e os 44% (tendência decrescente), e as comerciais entre 27% e 39% (tendência crescente). Entre 2003/2004 e 2011/2012 o clube aumentou as suas receitas de bilheteira em 101% (58 para 116 milhões), as de direitos televisivos em 126% (66 para 180 milhões de Euros) e as comerciais em 313% (45 para 187 milhões de Euros) tendo esta última rúbrica apresentado o maior aumento nos últimos anos. Actualmente, o Barcelona é o quarto clube que mais gera receitas de bilheteira, o segundo que mais ganha com direitos televisivos e o terceiro no que concerne a receitas comerciais.
 
Factos mais importantes:
2011/12 (2º): Contrato de patrocínio com a Qatar Sports Investments. Aumento das receitas provenientes do contrato de exploração de direitos televisivos com a Mediapro.
2010/11 (2º): Primeira vez em que as receitas de bilheteira ultrapassaram os 100 milhões de Euros. Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos associado à conquista da UEFA Champions League. Prolongamento do contrato com a Mediapro até 2014/15. Patrocínio da Qatar Foundation.
2009/10 (2º): Aumento das receitas de market pool atribuídas pela UEFA aos clubes espanhóis. Assinatura de um novo contrato de exploração de direitos televisivos com a Mediapro até 2013/14. Decisão de estabelecer um acordo lucrativo de patrocínio para a frente das suas camisolas pela primeira vez na história do clube.
2008/09 (2º): Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos associado à conquista da UEFA Champions League e à melhoria do contrato de exploração de direitos televisivos com a Mediapro. Melhoria do contrato com a Nike. Acordos com a Betfair e a Etisalat.
2007/08 (3º): Aumento das receitas de direitos televisivos devido à boa prestação na UEFA Champions League. Primeira vez em que as receitas comerciais ultrapassaram os 100 milhões de Euros. Melhoria do contrato com a Nike.  
2006/07 (3º): Primeira vez em que as receitas de direitos televisivos ultrapassaram os 100 milhões de Euros devido ao novo acordo com a Mediapro. Prolongamento do contrato com a Nike até Junho de 2013. Acordo não lucrativo com a Unicef.
2005/06 (2º): Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos associado à conquista da UEFA Champions League. Anúncio de um contrato com a Mediapro a ter início na época seguinte.
2004/05 (6º): Aumento das receitas de direitos televisivos devido à melhor prestação na UEFA Champions League. Melhoria das receitas de bilheteira e quotizações devido à conquista do campeonato nacional e à campanha de angariação de sócios”El Gran Repte” (O Grande Desafio).
2003/04 (7º): Crescimento assinalável das receitas de direitos televisivos no âmbito do primeiro ano do novo contrato com a Televisió de Catalunya e das receitas de bilheteira devido ao aumento dos preços dos lugares cativos.
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Entre as épocas 2003/2004 e 2011/2012, inclusive, o Real Madrid aumentou as suas receitas de bilheteira, direitos televisivos e comerciais de cerca de 236 milhões para 513 milhões de Euros correspondendo a um crescimento superior a 117%. Ao longo deste período, apenas em 2005 não ocupou a liderança do Deloitte Football Money League tendo sido segundo no ranking desse ano. Simultaneamente, o Real Madrid aumentou o seu peso no total das receitas dos clubes que integram o referido ranking de 8% em 2005 para 11% em 2013.
Apesar de o Real Madrid sempre ter conseguido aumentar as suas receitas independentemente de atingir um maior ou menor sucesso desportivo, o facto de ter alcançado as meias-finais das Champions League nas duas últimas épocas e ter vencido o campeonato em 2011/2012, contribuiu substancialmente para que este crescimento se verificasse.
No período em análise, o peso das suas receitas de bilheteira situou-se entre os 20% e os 30% e as receitas de direitos televisivos e comerciais entre 30% e 40%. Entre 2005 e 2013 o Real Madrid aumentou as suas receitas de bilheteira em 103,5% (62 para 126 milhões), as comerciais em 117,9% (86 para 187 milhões de Euros) e as de direitos televisivos em 126,1% (88 para 199 milhões de Euros) tendo sido a principal fonte de receita dado o modelo de negociação individual existente em Espanha.
 
Seguidamente apresentamos uma tabela com os factos mais relevantes e que justificam a evolução das receitas do Real Madrid:
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